quinta-feira, 4 de março de 2010

Autobiografia




Sou impressionável,
Emotiva e objetiva,
Tímida e intolerante,
Caprichosa e negligente
melancólica,
independente
inconvencional.
Mas que diferença isso faz?
Eu sou só uma puta que teme o ridículo.
Minha poesia sou eu
E eu sou puta.

Sou pobre, muito pobre,
Alguns dizem que minha alma é ainda mais
Fodam-se – todos –
Gosto de gente intelectualizada
Engraçada, divertida
Mas quando elas me querem
Só querem a mim, puta.

Minhas atividades são enérgicas,
Entusiásticas
Sou uma empreendedora,
Mas tudo é breve
Minha infância passou logo
Minha adolescência começou e acabou cedo
E eu não sou adulta
Sou a pobre, puta, infeliz
Que teme a vida, a morte, a vida
Que teme a velhice
Por que puta velha é nada...
E que odeia ser pobre
Odeia ser puta
Odeia não ter nada
Mas adora sexo e dinheiro

Quer saber?
Fodam-se todos.
Inclusive o que não falam nada
Os intelectuais, engraçados
Eu sou sempre comprada e descartada
Porque são todos fracos
Que precisam me comprar
Que precisam me usar
Fracos! Fracos! Fracos!
Pobres de vocês e de mim...

Eu sou um receptáculo
De esperma
De medos
De desejos
De angústias
Porra!
Eu sou puta

Um receptáculo humano
Confortável,
Seguro
E acolhedor.

4 comentários:

  1. NADA, MAS NADA MESMO, NESSES ÚLTIMOS TEMPOS ME DEIXOU TÃO FELIZ QUANTO TE VER COM ESSA PEIXEIRA AMOLADA DE VERSOS NA SOLIDÃO LIBERTÁRIA DE UM BLOG.CAMILA...
    TE ADORO!!!!!!!!!!!!!!!
    PARABÉNS. TE SEGUIREI E PEÇO-LHE PARA TE COPIAR E POSTAR NAS LINHAS AÉREAS DO VICE REI DOM GODOFREDO.
    TEU BUCA

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  2. Veja só, Camilinha, publiquei o poema "Autobiografia" no meu blog, antes mesmo de pedir autorização pra você. Beleza?!

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