Dedicatória: Dona Paulina, sempre em sua janela.
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
Ainda rio...
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
domingo, 3 de outubro de 2010
A vida... o destino
sábado, 2 de outubro de 2010
Ploc ti ploc
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Tão ela
Adoro aquelas coxas macias
Em que eu finjo bater, só pra sentir
Pernas saborosas que desejo morder
Lamber, pegar... Ahhhh........ !
Outro dia ela me tirou uma lasca de pão
Que caiu no meu decote
Ai vontade de que me devorasse
Com aquelas mãos cuidadosas...
Ela ri das minhas cantadas
Quando digo que quero um beijo
Sorri da mão que bate em sua bunda
Quando lava a louça pra mim
Eu não rio, sorrio apenas
Dos seus contornos tão discretos
Um dia a devoro inteira
E ela nem vai mais saber quem é.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Oral
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Meu corpo em flor se insinua
Meu corpo em flor se insinua
vestido florido, cabelos ao vento
não uso da esquina ao relento
minha vitrine é outra... balcão
Encostada a ele perfumo cada mão
que docemente toca minha cintura
e quando encontro alguma segura
verifico se paga pelo meu bouquet
Porque sou flor que se despetala
pétala por pétala, com toda beleza
vou deixando perfumes por onde passo
vida curta, bela, doce aspereza
Mas como fruto de amor transgênico
minhas sementes são de incerteza.
domingo, 4 de julho de 2010
domingo, 27 de junho de 2010
Marginal
Marginal é o que sou.
Sempre às margens da sociedade
embora viva, ao acaso, no Centro
- com aquelas ruas velhas e sujas
de calçadas enegrecidas
embora as pedras sejam brancas
brancas? sejam? ERAM.
Esses prédios antigos não combinam
com o sarcasmo do meu sorriso
nem com a blusa rosa de que tanto gosto
e também não me fazem bem
se bem que gosto das janelas antigas
elas me olham, enquanto eu as vejo.
Esses fantasmas esquecidos
que peregrinam nas vielas
choram nas esquinas e reclamam nos bancos
já não dizem nada só falam
como eu, que já nem sei se devo falar
Fantasmas? Talvez eu seja um deles.
Eu sou marginal, periférica
no sentido mais puro das palavras
talvez eu já faça parte da paisagem
com minhas pernas longas e bronzeadas
meu sorriso irônico e debochado
minha natureza morta, fantasmagórica
marginal, periférica...
quarta-feira, 9 de junho de 2010
Sobrevivência
terça-feira, 1 de junho de 2010
Como
Como água desaguo em seu corpo
molho suas juntas
seus pêlos, seus músculos
deliramos juntos, em prazer
Como fogo, queimam as nossas peles,
face a face, mão a mão
corpo a corpo, olho no olho
como fogo te incendeio
Como gelo te arrepio a costela
e a nuca, nos apelos dos desejos
tudo arrepiado, duro, denso...
Como pedra desliza pelo meu corpo
E como, como, como como ao prato
que após satisfazer o desejo
limpo com o dedo e a língua
e lavo e seco e guardo como prêmio
Ahhh... sou como a fome que devora
de dentro pra fora e como dói...
E você é alimento feijão com arroz
que como todo dia e quero mais...
domingo, 30 de maio de 2010
Subjuntivo o cacete
Se você nunca for meu
Azar seu!
Se a vida não te der prazer
Falta se foder!
Se não tem amor e auto-estima
Se lastima!
Se tem inveja do seu irmão
Não passa de um cuzão!
Se a vida só te dá rasteira
Você é uma topeira!
Se nada pra você dá certo
Cala boca, fica esperto!
E se acha a vida chata
Se mata!
Mas se é só a rotina que te esmaga
me paga...
segunda-feira, 24 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
Meu pranto...
domingo, 18 de abril de 2010
Medo?
um medo quase retardado
retardado no sentido de tardio
ele aparece naquele ultimo instante
quando os sonhos estão começando
eu não devo ser louca
porque dizem que loucos não sonham
ou será que são só os loucos psicóticos?
eu não ronco
nem sussurro dormindo
mas meu pé fica gelado.
Eu tenho medo de dormir
porque parece que algo me chama
de dentro do meu travesseiro
não é assustador
é embriagante!
vozes desconexas
dispesas
perdidas
será que sou eu mesma?
outros seres?
sei lá
eu tenho medo de um dia dormir
e acordar tendo feito uma grande merda
maior ainda do que a minha vida...
porque, por enquanto, só
estou só, só, na merda.e pior...
eu tenho medo de dormir
mas não temo continuar nessa merda...
terça-feira, 23 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Sou lixo
Sou lixo delicioso que você compra
Consome escondido
Tem medo
Goza
Se enoja
Descarta
Eu me reciclo
Outras vendas
Pra outro você
Hipócrita
Sou lixo, lixo
A cada uso, reciclada
Num banho que não limpa
Num banho que não lava
Lixo que nunca volta a ser igual
Ao objeto original
Objeto que você consome
Numa busca louca de prazer
Mas quando goza, só goza
E depois se enoja
De me desejar
De precisar de meus lábios sujos
Se sujar em minhas fendas
Moral já suja, que se mistura à minha
Sim, eu sou um lixo
Um lixo delicioso
Um lixo reciclado
Mas me vendo pra você
Para pessoas como você
Eu sou lixo
Sou lixo
Sou lixo
Mas não sou hipócrita
A hipocrisia... hipocrisia
Ela, eu deixo pra você.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Autobiografia
Emotiva e objetiva,
Tímida e intolerante,
Caprichosa e negligente
melancólica,
independente
inconvencional.
Mas que diferença isso faz?
Eu sou só uma puta que teme o ridículo.
Minha poesia sou eu
E eu sou puta.
Sou pobre, muito pobre,
Alguns dizem que minha alma é ainda mais
Fodam-se – todos –
Gosto de gente intelectualizada
Engraçada, divertida
Mas quando elas me querem
Só querem a mim, puta.
Minhas atividades são enérgicas,
Entusiásticas
Sou uma empreendedora,
Mas tudo é breve
Minha infância passou logo
Minha adolescência começou e acabou cedo
E eu não sou adulta
Sou a pobre, puta, infeliz
Que teme a vida, a morte, a vida
Que teme a velhice
Por que puta velha é nada...
E que odeia ser pobre
Odeia ser puta
Odeia não ter nada
Mas adora sexo e dinheiro
Quer saber?
Fodam-se todos.
Inclusive o que não falam nada
Os intelectuais, engraçados
Eu sou sempre comprada e descartada
Porque são todos fracos
Que precisam me comprar
Que precisam me usar
Fracos! Fracos! Fracos!
Pobres de vocês e de mim...
Eu sou um receptáculo
De esperma
De medos
De desejos
De angústias
Porra!
Eu sou puta
Um receptáculo humano
Confortável,
Seguro
E acolhedor.