sexta-feira, 1 de abril de 2011

Domingo

Domingo


Nos domingos, ao anoitecer,
quanto todos já se foram
e a música baixa é trocada
pelo silêncio de um programa de tv

Nesses dias é que me sinto humana
porque descubro que preciso de colo
que desejo um beijo saboroso,
lento e leve, com gosto de amor...

Nos domingos à noite, eu choro,
pois quando as crianças já pararam o barulho
e todo o silêncio mora dentro de mim
é que minha alma grita, em desespero

Nesses dias eu sou pura inveja
desejo o namorado que não é meu
o marido que não terei, é seu
e todo o pudor do mundo, para amar

Então me entrego à gula: ao vício.
Bebo, fumo, cheiro, como chocolate branco
e vejo um filme romântico e retardado
e venho aqui escrever um poema

Domingo à noite, eu sou só e sozinha
como ninguém merece ser, nem eu
sou somente uma menina, uma criança
que lembra que cresceu rápido demais