sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Selvageria

A poesia sempre me brotou de forma natural,
selvagem talvez,
mas não a sinto flor,
...
a sinto raiz...

Acho a ficção linda...
mas meio vazia (às vezes)
ou plena demais para ser verdade.

Já nem sei se a verdade compensa...
não escrevo pela dor,
escrevo pela necessidade absoluta de escrever...

E já ouvi tantas vezes q não há poesia em mim...
talvez não haja mesmo,
mas eu a planto todo dia
e a rego com versos que leio.


A Wellington - que grita, mas ouve

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Matagal


Na cara: falta de vergonha
no corpo: hormônio em ebulição
na alma: lividez noturna
no bolso: minha condição

"Matagal em flor, cheiro selvagem misturado ao meu, doce: tive medo quando me encostou na parede, pressa e tesão juntos. Mordeu minha nuca, acariciou meu ego, libertou meu instinto. Ahhhh!"

domingo, 28 de agosto de 2011

Estrada

Na placa: Curitiba
no banco: cheiro de estrada
na calça: rigidez comprimida
no bolso: o meu ordenado

"Estrada escura, carro apertado e um cheiro delicioso de terra com vento: de vestido, com a calcinha de lado, preliminares do ponto de encontro até a parada, transamos lentamente. Enfim, entre tantas noites, uma de prazer"

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Relatos de viagem

“Pia suja, chão barrento e um cheiro típico de esquinas escuras: sem calcinha, sem preliminares, sexo bruto. Enfim, adorei aquele gancho em que me segurei.”

terça-feira, 28 de junho de 2011

Reflexões invernais

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"Existe um inferno destinado às putas?...
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Ou será um céu?"
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?

domingo, 8 de maio de 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Domingo

Domingo


Nos domingos, ao anoitecer,
quanto todos já se foram
e a música baixa é trocada
pelo silêncio de um programa de tv

Nesses dias é que me sinto humana
porque descubro que preciso de colo
que desejo um beijo saboroso,
lento e leve, com gosto de amor...

Nos domingos à noite, eu choro,
pois quando as crianças já pararam o barulho
e todo o silêncio mora dentro de mim
é que minha alma grita, em desespero

Nesses dias eu sou pura inveja
desejo o namorado que não é meu
o marido que não terei, é seu
e todo o pudor do mundo, para amar

Então me entrego à gula: ao vício.
Bebo, fumo, cheiro, como chocolate branco
e vejo um filme romântico e retardado
e venho aqui escrever um poema

Domingo à noite, eu sou só e sozinha
como ninguém merece ser, nem eu
sou somente uma menina, uma criança
que lembra que cresceu rápido demais

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Ventre

Meu ventre amargurado grita

A dor da ausência presente nele

Meu ventre ausente:

De futuro e de presente

E o passado que nele se assenta

Grita o choro que nunca ouvirei

Grita as contrações induzidas

E os gritos que eu incitei

Grita, meu ventre, grita

Que esse grito não é só meu

Mas dói por também ser.