Quando me lembro de um dia
nos meus doze anos
em que passando na rua de sainha
e uma blusa decotada
minha vizinha me olhou na cara
e me disse, preocupada:
- Menina, vai por roupa,
desse jeito cê acaba puta!
Eu ainda rio...
não do que ela disse
nem dela
rio do destino...
que vive rindo de mim...
Dedicatória: Dona Paulina, sempre em sua janela.
Eu fico pensando ao ler não ser este poema "Ainda rio". mas outros também,e a recorrência de imagens noturnas, de transgressões, de pessimismo, de esperança,de busca, de ser... Sempre a imagem da bela e humana puta que brota dos versos.
ResponderExcluirEu fico admirando essa forma visceral de retratar a vida na carne, no corpo.
Camila, suas poesias são mesmos autobiográficas? Porque elas me parecem que foram escritas com sangue.